Os rádios de pilha se tornaram itens essenciais na comunicação com pessoas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. É por meio deste “item de museu” que essa parcela da população consegue se inteirar da situação do estado e recebe informações complementares. “Estamos vendo pessoas há dias sem energia, sem contato ou acesso a qualquer fonte de informação digital. O rádio acaba sendo a forma de conexão com o mundo”, afirma o professor universitário Willian Araújo, de 36 anos.
Uma campanha idealizada por ele e outros profissionais da Unics (Universidade de Santa Cruz do Sul) busca arrecadar aparelhos para distribuição nas áreas afetadas pela enchente —a princípio, as comunidades da região central do estado. “Nos dias de grande confusão, eu me vi com o meu radinho de pilha”, diz.
Estruturas são vulneráveis A cidade de Santa Cruz do Sul é considerada de porte médio e, apesar de ter uma área urbana bastante industrializada, ela também é forte na agricultura familiar. A população está acostumada com o uso do rádio, mas sempre atrelado ao celular, internet ou carro.
Para o professor, a imprensa local tem feito um bom trabalho de orientação, produção de conteúdo e prestação de serviço —e o rádio é o meio de comunicação que possibilita que todo esse material atinja, principalmente, as comunidades rurais e mais afastadas. A campanha arrecada rádios de pilha e recursos para comprá-los. Em paralelo, o núcleo de comunicação da Unics produz boletins informativos que são transmitidos nas rádios locais. Entre os conteúdos estão dicas de cuidado com a saúde nas enchentes ou como identificar sintomas de leptospirose, por exemplo. Também foi criado um canal no WhatsApp, para a equipe receber áudios e vídeos e fazer checagem das notícias.
Por Uol.