Observa-se que o conceito de competência não é novo. Ele começou a ser discutido mais amplamente na área pedagógica a partir da década de 1990, destinando-se ao ensino de crianças nas séries iniciais. No entanto, o conceito de competência ganhou tamanha amplitude que acabou incorporado pelo meio empresarial e industrial, que encontrou nele um aliado para os modelos recentes de gerenciamento de pessoas, baseados nos ideais da qualidade total. O conceito modificou a forma das empresas operarem. E passou a fazer a diferença nos novos modelos de processos seletivos baseados em competência em busca dos melhores trabalhadores – impactando significativamente o mercado de trabalho.
Idalberto Chiavenato, o “papa” da produção didática em Gestão de Pessoas no Brasil, tendo mais de 30 livros publicados e consagrado pela academia e pelo mercado, definiu que a competência é composta por três partes distintas no âmbito da administração, o famoso “CHA”: Conhecimento, Habilidade e Atitude. Uma pessoa competente deve ter o conhecimento seja ele formal ou informal para realizar uma atividade; deve ter praticado este conhecimento algumas vezes para ser hábil no que pretende executar; e por último, deve ter atitude e querer, sabendo aplicar estes conhecimentos em ação, durante uma necessidade.
Para o professor Nilson Machado (2021), a competência é a capacidade de mobilizar o que se sabe em determinado contexto em busca do que se deseja. E deve ser pensada em três eixos: pessoal, âmbito/mobilização e contexto. A competência é pessoal. Porque é uma qualidade atribuída a pessoa, não existem coisas competentes, Em relação a mobilização, não existe uma pessoa competente em tudo, e sim, competente em uma ou algumas áreas dentro do seu âmbito de abrangência, que foram desenvolvidas e trabalhadas através da busca do conhecimento, da experimentação e da habilidade prática. Um indivíduo competente tem a habilidade de mobilizar conhecimento e práticas para resolver situações /problemas que surgem em seu dia a dia com excelência. A competência está relacionada ao contexto, ambiente onde o indivíduo está inserido. Este contexto explorado e desenvolvido através da experiência faz com que o indivíduo, ao tomar decisões baseada no conteúdo que possui. Uma pessoa competente continuamente extrapola o seu contexto de conhecimento e torna-se inovador.
Dr. Philippe Perrenoud, pesquisador das teorias das competências, apresenta dez novas competências inerentes ao professor competente e pode ser aplicado a pessoas extremamente eficiente e eficazes no seu ambiente de trabalho: 1. organizar e dirigir situações de aprendizagem; 2. administrar a progressão das aprendizagens; 3. conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação; 4. envolver o contexto e os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho; 5. trabalhar em equipe; 6. participar da administração escolar; 7. informar e envolver os pais; 8. utilizar novas tecnologias; 9. enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão; 10. administrar a própria formação.
Ser competente é buscar o conhecimento continuamente, todos os dias operacionalizando e resolvendo problemas através do conteúdo estocado e aplicado em nosso dia a dia. Competência é a capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles. Logo, ser competente ou não ser competente é uma questão de escolha diária do indivíduo… Você quer ser competente hoje?
Marcelo Castilhos é especialista em Administração de pessoas e escreve no site www.marcelocastilhos.com.br.
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