Em menos de 30 dias, incêndios florestais devastaram 2,5 milhões de hectares da Amazônia, de acordo com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ). Esse número é quase o dobro da média histórica de 1,4 milhões de hectares para o mês.
Desde o início do ano, mais de 4,1 milhões de hectares já foram destruídos pelo fogo na Amazônia. Na última semana, o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), identificou alta concentração de gases poluentes se espalhando da Amazônia até o Sul do Brasil, afetando dez estados. Além disso, os níveis dos rios na região indicam um quadro de seca extrema, que pode se agravar ainda mais em setembro, com a chegada do período crítico de estiagem.
Investigação e Ação Federal
Em uma reunião extraordinária realizada no domingo (25), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, alertou que os incêndios na Amazônia, no Pantanal e no Sudeste do Brasil são exacerbados por condições climáticas extremas, mas também podem estar ligados a ações criminosas deliberadas.
“Assim como tivemos o ‘dia do fogo’ em 2019, há uma forte suspeita de que algo similar esteja ocorrendo agora”, disse a ministra. Em 2019, entre 10 e 11 de agosto, o Inpe registrou 1.457 focos de calor no Pará, em um evento conhecido como “dia do fogo”, onde fazendeiros supostamente organizaram uma ação coordenada para incendiar o bioma.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, confirmou a abertura de 29 inquéritos na Amazônia e no Pantanal, além de mais dois em São Paulo, para investigar possíveis incêndios criminosos em áreas federais.
Fonte: Agência Brasil