Na última sexta-feira, 15, o vazamento de um oleoduto da Transpetro, na cidade de São José dos Pinhais, levou combustível a um córrego afluente do Rio Despique, que serve de captação de água por parte da Sanepar e abastece a cidade de Fazenda Rio Grande. No mesmo dia, equipes do Instituto Água e Terra (IAT), da Defesa Civil e Sanepar, foram ao local para monitorar e atuar na investigação e mitigação dos danos causados pelo vazamento, que foi descoberto após denúncia realizada por um morador próximo do local, que relatou forte cheiro de gasolina na região. A primeira suspeita é de que houve uma perfuração criminosa do oleoduto da empresa que é vinculada a Petrobrás, para tentativa de roubo de combustível. “Foi uma ação criminosa que acaba ocasionando um acidente com muitos danos”, lamentou o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes. “Cabe a nós fazer um acompanhamento para reparar esses danos”, completou.

A captação de água do Rio Despique foi interrompida imediatamente, como medida preventiva para evitar o uso de material contaminado. “Assim que fomos informados pelo IAT, interrompemos imediatamente a captação do rio. Iremos fazer o monitoramento contínuo para termos segurança para entregar a água à população”, informou o diretor de meio ambiente da Sanepar, Júlio César Gonchorosky. A captação foi retomada já no domingo, 17. O rompimento do oleoduto da Petrobrás provocou o desabastecimento para 50% dos moradores de Fazenda Rio Grande. O fornecimento de água está sendo feito apenas pela captação emergencial de cavas, que atende somente a um terço da vazão necessária. Por esta razão, a parte da cidade que não estava no rodízio de abastecimento também ficou sem água. Os bairros afetados foram o Parque Industrial, Jardim Itália, Eucaliptos, Hortência, dos Estados, Gralha Azul, Jardim Veneza, Colonial, Nações, Santarém, Palmeiras, Sol-Levante, Santa Helena, Santa Maria, Santa Terezinha, São Sebastião e Iguaçu.

Os técnicos ainda estão avaliando a dimensão dos danos, a mortandade de peixes e até de aves, bem como a quantidade vazada. “É uma atitude irresponsável em plena crise hídrica que acaba prejudicando a população, a fauna e flora”, lembra Nunes. Propriedades que possuem tanques para exploração da piscicultura foram altamente prejudicadas. A Defesa Civil do Estado também acompanhou a situação. O órgão informou que foram tomadas medidas de contenção do vazamento e troca da tubulação, assim como de contenção do produto vazado no córrego. A Transpreto é responsável pelas ações de limpeza. A extensão dos danos foi registrada com auxílio de drones. O IAT realizou coleta de água para analisar o grau de contaminação e ajudar nas medidas de recuperação das áreas atingidas. Estão trabalhando em conjunto para a mitigação de danos e possível responsabilização a Transpetro, Sanepar, Defesa Civil, Polícia Ambiental, Ibama e Secretaria de Meio Ambiente de São José dos Pinhais.

 

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