Durante a pandemia do novo coronavírus que assola o mundo há mais de um ano, diante das dezenas de vacinas que já estão no mercado, porém escassas, o termo “linha de frente” foi lançado para designar os profissionais que estão à frente do combate ao vírus maldito e que estão arriscando suas vidas para salvar outras alheias. 

Os profissionais da saúde são sem dúvidas heróis que merecem todo nosso respeito nessa guerra contra um vírus de fácil propagação, pois estão expostos diretamente ao contágio, uma vez que lidam com pessoas já contaminadas. Mas o contato frequente com o público não exime que profissionais de outras áreas também entrem nesse balaio da “linha de frente”, principalmente a polícia, categoria que não tem a mínima possibilidade de cumprir o lockdown

O enfrentamento da pandemia desponta como o grande desafio e questionamento: não seria justo os policiais também terem prioridade na vacina? Muitos contraem a doença nessa obrigação diária de servir e proteger, como ocorreu recentemente 

com o policial civil da cidade de Engenheiro Beltrão, no interior do Estado, Clodoaldo da Silva, que foi encontrado morto no interior de sua residência, onde veio ao óbito em decorrência de complicações da Covid-19. Após positivado, não recebera sequer um leito para pelo menos tentar vencer a doença. 

Perceba, não se fala aqui da importância de uma vida pra outra, nem ao menos se pede privilégios, mas o contato direto com possíveis infectados, em delegacia abarrotadas de presos, em patrulhamento ostensivo para manter a ordem, é sim de se pensar em proteção a essa categoria que já agoniza, inclusive em tempo de paz. 

Portanto, diante de tanta tristeza, deixo aqui minhas homenagens e sinceras condolências àqueles que se foram, não por causa de uma gripezinha como bradara um lunático facínora, e sim por um inimigo invisível que já causou estragos que jamais serão restaurados. 

Luis Felipe Pinto Jogaib “Carioca” é Investigador da DP do Alto Maracanã. CONTATO: [email protected] 

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