A organização não governamental World Vision divulgou no início da pandemia uma estimativa de que, em todo o mundo, o número de casos de violência infantil poderia aumentar entre 20% a 32% da média anual em razão da quarentena. O dado assustador deixa evidente a necessidade de políticas públicas e ações governamentais de combate a este tipo de crime e de proteção à criança, na prevenção e na atuação junto às vítimas. 

Em Colombo, por exemplo, há uma luta já travada pelos movimentos sociais, que é a de implantação de um novo Conselho Tutelar. Atualmente, o município conta com apenas um conselho. “É um direito nosso, que está no Direito da Criança e do Adolescente, que a cada 100 mil habitantes é necessário ser fundado um Conselho Tutelar. Atualmente já somos em cerca de 250 mil habitantes e ainda não temos nem o segundo”, destaca a voluntária Nay Lebid , comissária de bordo, voluntária e membro da diretoria da Casa de Apoio Tia Sula, fundadora do projeto social LEBID e atualmente Candidata a vereadora em Colombo.

Segundo Nay, a ampliação e melhora da estrutura deste trabalho beneficiaria diretamente as crianças colombenses, principalmente no atual momento. “É bom ressaltar que hoje, com a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia, o índice de pedofilia e violência infantil aumentou absurdamente. A escola é um órgão muito importante da rede de proteção para prevenção desse tipo de violência. Tenho certeza que se tivéssemos um Conselho Tutelar a mais, nossas crianças estariam mais bem protegidas”, opina. “Atualmente, há cinco conselheiros em Colombo, pessoas muito profissionais e preparadas, mas é humanamente impossível eles atenderem toda a demanda do nosso município”, completa.

Assistência Social

O fortalecimento da rede de proteção também passa pela qualificação do serviço de Assistência Social do município, na opinião de Nay. “É preciso melhorar o atendimento e a eficiência dos CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). O CRAS é um centro de referência de fortalecimento da base familiar em que podemos trabalhar todos os tipos de informação, incentivo e fortalecimento da família como um todo, fora os centros de convivência que temos em nosso município”, afirma. 

Todo este trabalho, porém, precisa do apoio de toda a comunidade local. “Devemos fortalecer a rede de proteção trabalhando com os líderes, seja ele religioso, comunitário, agentes de Saúde, para que eles tenham a sensibilidade de quando tiverem contato com alguma criança que esteja sofrendo algum tipo de abuso físico, psicológico, ou até mesmo o trabalho infantil, para que eles saibam direcionar o caso e como agir com isso”, decreta.

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