Ao verificar a lista de candidatos a vereador por Colombo, rapidamente podemos notar uma ausência surpreendente. O vereador João Marcos Berlesi (PL), mais conhecido como Marquinho Berlesi, vice-presidente da Câmara Municipal, não registrou candidatura. A reportagem do Jornal de Colombo conversou com Marquinho nesta quarta-feira, 30 de setembro, em uma entrevista exclusiva para entender a decisão e discutir o seu período de doze anos como vereador de Colombo. 

Jornal de Colombo – Quais foram as razões que o levaram a não sair como candidato nestas Eleições de 2020? 

Marquinho Berlesi – Essa foi uma decisão que eu tomei com minha equipe de trabalho, e por questões pessoais, preferimos neste pleito não lançar a minha candidatura. 

JC – Como foi a recepção dos seus eleitores no Jardim Paraná, seu reduto eleitoral? 

MB – A maioria dos eleitores que temos aqui na região entre a Colônia Faria e o grande Canguiri, lamentaram a notícia. Eles são mais que eleitores. São pessoas amigas, que me conhecem, conhecem a minha família. Temos uma raiz muito profunda aqui na comunidade.

JC – Você pretende atuar de alguma forma nestas eleições, no apoio a algum candidato? 

MB – Nós vamos estar focados na administração que vai assumir a partir de 2021. Mesmo não sendo candidato vou estar de olho na administração. O meu candidato a prefeito é o Sergio Pinheiro. E quero que ele seja um prefeito que olhe para os bairros e vilas, e que os trate como se fosse um filho. Em relação a vereador, vou torcer para que um representante do Jardim Paraná se eleja, e que faça um trabalho melhor do que o meu, inclusive, dentro da minha atitude de defender minha comunidade.

JC – Qual o balanço que você faz dos seus três mandatos como vereador (2005-2008; 2013-2020)?

MB – Eu trabalhei durante três mandatos, em que fui eleito muito bem votado, sempre em primeiro na minha chapa, porque tenho um bom entrosamento com minha comunidade. Ao longo destes doze anos eu fiz o que outros vereadores no passado não fizeram. Eu fiz com que a nossa Prefeitura trouxesse um pouco mais de atenção para a nossa região. A nossa região era muito pouco lembrada. Quando entrei em minha primeira gestão (2005-2008), já entrei com essa intenção de atrair a atenção do poder público. E assim o fiz. Nós trouxemos a atenção não apenas da administração municipal, mas também do Governo do Estado e do Governo Federal. Fiz com que a administração municipal aceitasse propostas oriundas de emendas parlamentares, que eu consegui viabilizar junto a deputados. Fiz boas alianças, como com o saudoso Max Rosenmann. Nosso primeiro trabalho foi o campo de futebol aqui no Jardim Paraná, que era um pedido, um sonho muito antigo da nossa comunidade. Depois, ele me ajudou levando-me até o então governador Requião, em que nós conseguimos a quadra coberta anexa à escola municipal. Também tive a felicidade de receberemos o apoio do Luiz Cláudio Romanelli que viabilizou vários recursos para o município e mais especificamente para a nossa região. Recentemente, ele conseguiu viabilizar todas as tratativas de cerca de R$ 300 mil reais que será usado para ampliar nossa Unidade de Saúde (UBS Elis Regina), que há 35 anos está do mesmo tamanho. Era um sonho meu e acabamos conseguindo na insistência. Com o bom entendimento da nossa prefeita (Beti Pavin), conseguimos atrair a construção do CMEI Jardim Paraná, que vai abrir pelo menos mais 100 vagas na região. Também tivemos, de 2013 para cá, junto a atual administração, a revitalização da Rua Cerro Azul; uma unidade de saúde no Belo Rincão; a melhora da iluminação na região; e a revitalização da Rua Presidente Faria, em que eu e o vereador Renato Lunardon, nos unificamos nessa proposta. Eu fiz o meu papel. Saio desses doze anos para esse recuo momentâneo para que eu possa repensar.

JC – Quais foram os principais desafios que você enfrentou como vereador, tanto em sua primeira legislatura, como vereador de oposição, quanto nos últimos oito anos, como vereador de situação?

MB – Que fique bem claro que nunca fui vereador de oposição. Sempre tive uma postura de não abrir mão de atender a população, pois é quem elege o vereador. Em 2004, eu fazia parte da chapa do Dr. Antoninho naquelas eleições, que acabamos perdendo. Mas como eu estava com aquela ansiedade de primeiro mandato que trouxesse uma boa resposta para a minha comunidade, fiz uma parceria de trabalho com a então administração e apresentei toda nossa demanda. Assim como aconteceu com a atual administração. Muitos falam que eu sou chato, mas eu sou mesmo. Eu tenho um compromisso com essa população que me elegeu. Eu sofri durante esses doze anos. Eu e Deus sabemos o quanto eu sofri. Eu quero do prefeito municipal, que ele tenha o respeito que eu sempre quis que tivessem comigo, como vereador. Eu acho que o vereador tem que ser um pouco mais respeitado, pois o vereador é eleito por um colegiado de eleitores. Meu desejo é que o Sergio Pinheiro, eleito, chame o vereador para perguntar o que o vereador precisa em sua determinada comunidade. Discutir o que o Jardim Paraná quer, o que o Atuba quer, o que o Monte Castelo quer. Desenvolver um trabalho de envolvimento político, e não politiqueiro. Respeitar o representante que está ali. Com a prefeita Beti Pavin houve uma abertura maior. Eu falo para ela: melhorou, na minha opinião, mas tem que melhorar mais. 

JC – Nesse ‘recuo momentâneo’, você projeta sair como deputado nas Eleições de 2022?

MB – Tenho algumas propostas. Vamos analisar com muito carinho. Quero aproveitar essa oportunidade de não estar tão presente para avaliar.

 

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