No próximo dia 27 de setembro, acontecem as eleições do Santa Mônica Clube de Campo. O pleito estava marcado originalmente para o dia 22 de março, mas teve de ser adiado em razão da pandemia do novo coronavírus. A disputa terá a participação das chapas Coração Moniquense, Renovação com Transparência e Movimento Moniquense, lideradas por Carlos Carnasciali Cavichiolo, Clarenz Inez Venturin Ishikawa e Eduardo Souza, respectivamente. 

A eleição também marca o encerramento da gestão de Gilberto Foltran à frente do clube. Gilberto, de 68 anos, é advogado, foi oficial de Polícia Militar durante 36 anos e Comandante-Geral da corporação entre 2001 e 2002, além de estar na diretoria do Santa Mônica desde 1994, tendo presidido a agremiação em duas gestões: entre 2005 e 2008 e no triênio atual, entre 2017 e 2020. Durante o último sábado, 19, o Jornal de Colombo conversou com Gilberto Foltran sobre sua gestão, o desafio de enfrentar a pandemia e o futuro do clube, que atualmente possui cerca de 5.700 associados adimplentes. 

Jornal de Colombo – Qual é o legado que a sua gestão deixa para o Santa Mônica? 

Gilberto Foltran – Um clube como o Santa Mônica é muito grande e tem muitas necessidades. O que eu fiz na minha gestão foi focar em manutenção. Construímos mais um poço artesiano, reformamos a parte administrativa do Tênis e fiz uma reforma da academia. Essas obras foram feitas porque já eram necessidades há tempos. O grande foco foi a manutenção, porque é uma questão que se você não o fizer, torna o clube desconfortável para o associado. E vai muito dinheiro para isso. Manutenção é uma coisa cara. A gestão anterior construiu a piscina, que foi uma obra maravilhosa e gigantesca, mas que consome muito recurso. Cada gestão coloca um tijolo dentro do clube. Não existe ninguém que possa, em três anos de gestão, fazer tudo o que se imagina que possa ser feito, porque além de tudo, a primeira coisa que o gestor vai esbarrar é a questão financeira. O Santa Mônica tem uma despesa de custeio muito alta. Temos funcionários, uma imensidão em estrutura, são 73 alqueires incluindo um campo de golfe. E tudo isso aí enseja recursos financeiros. E sem ter uma base pagadora mais consistente, você não consegue dar vazão para isso. Então, quanto menos associados você tem, mais dificuldades você vai ter para tocar essas obras. E nós tivemos um fato inusitado no mundo, que foi a pandemia. .

JC – Toda administração tem seus problemas e dificuldades, mas certamente nunca houve uma crise como essa da pandemia. Como você encarou essa situação? 

GF – Nós temos um grupo gestor, de gerentes e diretores, que são competentes, formados, têm uma experiência muito grande dentro do clube, e conduziram o processo de acordo com que a legislação nos permitiu, no que tange a renegociação de dívidas, com impostos. Colombo também ajustou a questão do IPTU. Nós pudemos fazer um trabalho relacionado aos contratos de trabalho dos funcionários, em que alguns foram suspensos, outros foram reduzidos em carga horária e salário. Tudo isso para que a arrecadação coubesse e abrigasse a despesa. O clube teve, com a pandemia, uma redução de recursos, uma inadimplência e perda de receita direta. Nós perdemos concessão de salão, escolinhas, academia. Enfim, todos aqueles locais em que temos uma demanda por aulas, há uma cobrança, e isso resulta em receita para o clube. Até contratos de publicidade. Essa receita foi reduzida abruptamente em cerca de R$ 400 mil. Isso deu uma freada muito brusca. Agora, vamos trabalhando para que a inadimplência diminua. Ainda temos muitas atividades bloqueadas, como o judô, karatê, basquete, futsal, as piscinas, as churrasqueiras, o futebol, a sauna. 

JC – Com toda a experiência que você teve à frente da gestão do Santa Mônica, tanto como presidente ou em outros cargos de diretoria, que conselho você tem a dar ao próximo presidente?

GF – O conselho que dou é o seguinte: cuide da receita e da despesa. Aumente a receita e diminua a despesa no que for possível. A contabilidade do Santa Mônica é relativamente simples: gastar o que recebe. O Santa Mônica não tem fins lucrativos. Eu não preciso fazer caixa para fazer investimento de renda, distribuir ao associado. Eu tenho que receber e gastar. O grande segredo do clube é aumentar a base pagadora, com mais associados ou recuperando os inadimplentes. E todos temos que colaborar com isso: diretores, conselheiros, funcionários, o próprio associado. Entender que isso aqui é uma propriedade de todos nós e precisamos cuidar para que isto continue. A gestão que vier precisa ter em mente isso. É preciso bem planejar, discutir e executar. 

JC – O Santa Mônica tem uma importância grande ao município de Colombo, como por exemplo, na questão esportiva, representando Colombo em diversas competições. Como você avalia a posição do Santa Mônica frente ao município de uma forma geral?

GF – Nós entendemos que o Santa Mônica está inserido dentro da área de Colombo e temos toda uma responsabilidade social para ajudar, seja numa ação social, como por exemplo, cedendo o salão gratuitamente para uma entidade, ou através de muitos sócios aqui da região de Colombo que frequentam nossas modalidades. Temos também uma questão, que até por causa da pandemia não conseguimos avançar, que é uma parceria com o município de Colombo, como no futsal. A visão do Santa Mônica nesse sentido, é fazer com que o clube se integre e permita o desenvolvimento do município. Com o município crescendo, o Santa Mônica cresce junto. O Santa Mônica é um grande empregador de Colombo, paga o maior IPTU de Colombo. São coisas importantes, e o município entende isso e nos ajuda naquilo que precisamos, dentro do que a lei estabelece. Temos um relacionamento muito bom com o município de Colombo. Somos parceiros e essa parceria tem que ser preservada sempre, pois é isso que vai desenvolver Colombo e o próprio Santa Mônica. 

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