O Projeto RCS, idealizado pelo atleta colombense Ocirlei Rodrigues, iniciou os trabalhos nos primeiros dias de 2020 com um claro objetivo: recolocar atletas profissionais no mercado de trabalho do futebol. Os treinos do projeto começaram em uma parceria junto ao União Guaraituba. Agora, a dupla de instituições projeta um passo além: participar de um torneio de futebol profissional em solo europeu, um marco para a história do futebol colombense. “Ir para a Europa é uma coisa que aconteceu da noite para o dia. Aconteceu do Luis Fabiano Tissi, presidente do Club de Fútbol Safor, da Espanha, entrar em contato comigo. Ele me disse: ‘Se vocês tiverem condições de vir para cá, pode ser uma das melhores coisas que vai acontecer pra vocês. E nisso, fomos amadurecendo a ideia”, conta Rodrigues.
A viagem está marcada para o dia 10 de janeiro de 2021. “Temos esse convite há algum tempo, mas o problema da pandemia atrapalhou muito, não apenas para nós, em todo o mundo. Voltamos ao trabalho recentemente após a permissão . E esperamos que na Espanha não tenha essa segunda onda da pandemia. Estamos acompanhando”, detalha Rodrigues. Porém, a viagem depende de arrecadação de recursos. Para isso, o projeto estará rifando um veículo, cedido pela empresa BR Estética Automotiva, de propriedade do também colombense Eduardo Bernardi. “É um projeto muito bonito e sério. Os empresários que puderem, que ajudem projetos como este, que não possuem fins financeiros. É muito importante porque além de estar ajudando as pessoas, eu vejo que está levando o nome do município para fora do país”, destaca o empresário. A rifa, no valor de R$ 50 cada número, será feita através da Loteria Federal. Para mais informações sobre a rifa ou para contribuir com o Projeto RCS, é possível entrar em contato através do telefone (41) 99634-7339.
O projeto
A ideia do Projeto RCS é fomentar a recolocação no mercado de trabalho de atletas já profissionais. O trabalho envolve jogadores com idades entre os 15 e 25 anos e praticamente não possui precedentes. “Trabalhamos com ética, responsabilidade e organização para que lá na frente possamos colher os frutos que estamos plantando. Hoje a gente se vira como pode. Os meninos estão no projeto a custo zero. O único custo é o uniforme, que fica com eles. A gente quer ser exemplo dentro do futebol”, disse o presidente do projeto, Marcelo Santos, que destacou que problemas do mundo do futebol estimulam a continuidade do trabalho. “Infelizmente, o futebol brasileiro está falido. Eu sei que o que queremos fazer parece ser impossível. Mas queremos mostrar o futebol de uma forma diferente. Fazer os meninos continuarem sonhando. Temos exemplo de um menino aqui, que rodou, foi para a Itália, foi para isso e para aquilo, mas acabou desanimando com as pessoas envolvidas no futebol”, ressalta.
Histórico
O ineditismo da viagem é outro fator de destaque. Quando o Projeto RCS chegar na Espanha representando o Esporte Clube União Guaraituba, os atletas e comissão técnica estarão sendo a primeira delegação colombense de futebol a atuar na Europa. A marca anima o presidente do União, Zé Maria. “Eu vejo como uma grande oportunidade para podermos mostrar o futebol de Colombo e representar o município. É uma experiência única. Acredito que vai ser ótimo não apenas para o clube, mas para toda Colombo. É muito bom essa parceria com a RCS. É um projeto de muita responsabilidade”, afirmou o dirigente.
Preparação
Além de Rodrigues e do presidente Marcelo, outra pessoa fundamental no trabalho da RCS é o preparador físico Fernando Caubianco. O profissional está junto do projeto desde o início e agora, com o retorno aos treinos, está focado em recuperar a preparação física dos atletas com a parada forçada pela pandemia. “A gente veio com um trabalho físico no início do ano, e taticamente e tecnicamente os jogadores estavam bem. Porém, no meio de março teve essa parada. Tentamos voltar no mês de junho, conseguimos treinar mais uns dias, mas não pudemos dar sequência. Esperamos que daqui para frente conseguir dar essa sequência para ver o resultado claro em cada atleta. Com três meses parados a gente vê a parte física muito abaixo do que entendemos por ideal”, afirma o profissional. “A parte física no futebol é muito exigida. E o atleta não estando bem fisicamente, compromete no desenvolvimento do jogo em si, tática e tecnicamente”, destaca.
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