Cooperativas e grupos empresariais do Paraná investiram quase R$ 5 bilhões para fortalecer o estado como um dos principais polos de industrialização de soja no Brasil. A estratégia busca agregar valor aos produtos e impulsionar a economia estadual, beneficiando toda a cadeia produtiva.

Embora a maior parte da soja in natura seja exportada para mercados como China, União Europeia e Oriente Médio, uma parcela crescente está sendo processada no Paraná. Esse processamento gera produtos de alto valor, como óleo, farelo e biodiesel, usados para consumo humano e animal. As cooperativas e grandes empresas paranaenses lideram esse movimento, adotando tecnologias avançadas no cultivo e processamento para aumentar a produtividade e reduzir desperdícios.

A industrialização da soja também impacta positivamente o agronegócio, principalmente a pecuária, que utiliza o farelo de soja como ração animal, aumentando o valor da produção de carne no estado. Dados da Pesquisa Industrial Anual do IBGE, analisados pelo Ipardes, revelam que o Valor Bruto da Produção Industrial (VBP) na fabricação de óleos e gorduras saltou de R$ 14,9 bilhões em 2019 para R$ 30,5 bilhões em 2022, com a soja desempenhando papel crucial. Já o Valor da Transformação Industrial (VTI) cresceu de R$ 5,1 bilhões para R$ 9,5 bilhões no mesmo período.

Para apoiar o setor, o Governo do Paraná tem investido em infraestrutura logística e concedido incentivos fiscais, visando melhorar rodovias, estradas rurais e portos. Esses projetos facilitam o escoamento da produção e atraem mais investimentos. José Roberto Ricken, presidente da Ocepar, destacou que o Paraná conta com 13 indústrias de esmagamento de soja, além de plantas especializadas em refino, biodiesel e óleos comestíveis. “Das 25 mil toneladas de soja esmagadas diariamente pelas cooperativas brasileiras, 20 mil são processadas no Paraná”, afirmou.

A industrialização oferece uma rentabilidade significativamente maior. Enquanto a comercialização de grãos gera margens de lucro em torno de 2%, a transformação industrial pode elevar esse percentual para 4,6%, tornando-se um forte indutor de riqueza.

A C.Vale, uma das maiores cooperativas do Paraná, exemplifica esse processo. Em novembro de 2023, a empresa inaugurou uma esmagadora de soja em Palotina, fruto de um investimento de R$ 1 bilhão. O empreendimento já processa 40 mil sacas de soja por dia, com planos de atingir 60 mil sacas até outubro de 2024, equivalente a 3,5 mil toneladas diárias. 

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