Desde 2019, o Paraná tem sido afetado pela estiagem mais intensa das últimas décadas. Do ano passado para cá, choveu 70% abaixo do esperado e os reservatórios da Sanepar também estão com nível 70% abaixo do normal. Além do nosso cotidiano ter mudado em razão disso, com a realização do rodízio de abastecimento, a falta de água atinge diversos setores da sociedade. 

É o que explica o hidrólogo do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), Arlan Scortegagna. “Quando as consequências da falta de chuvas afetam estes três setores essenciais à sobrevivência, abastecimento de água, geração de energia e produção de alimentos, dizemos que estamos numa condição de seca extrema. É o que estamos vivendo, e o prognóstico não é muito positivo para o verão, quando costuma chover mais”, afirma.

A produção de alimentos, aliás, é sensivelmente prejudicada.  “Sem produção, não há comida. Água é fundamental para a produção de alimento. E é sempre uma preocupação do agricultor quando e quanto vai chover para fazer o plantio e a colheita, e ter um produto com boas condições de consumo e nutricionais. Falta de chuva também interfere na qualidade daquilo que o produtor vai oferecer”, detalha o engenheiro agrônomo Rubens Antônio Sieburger Costa, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná).

A expectativa dos produtores é de uma colheita com piores resultados em relação aos últimos anos.  “A produção e a colheita possivelmente ficarão abaixo do esperado. Não temos o costume de irrigar as lavouras, então, dependemos da chuva. Sem água, não temos agricultura. Sem agricultura, não temos alimento”, afirma o agricultor Otavino Rovani, que também é engenheiro agrônomo. “Nasci no Rio Grande do Sul, moro em Guarapuava há mais de 40 anos e não me recordo de ter vivido uma seca como esta”, ressalta.

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