Em razão do novo coronavírus, as atividades econômicas de diversos nichos foram paralisadas, e com o esporte, que envolve por essência um grande número de pessoas aglomeradas, não foi diferente. No futebol, principal esporte praticado no mundo, a quarentena forçada só encontrou precedentes nas duas grandes guerras do século XX. E agora, depois de aproximadamente 45 dias sem que a bola tenha rolado nos principais campeonatos pelo mundo, federações se articulam para um retorno. Na Itália, por exemplo, um dos países que mais sofreu com a pandemia, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou que treinos individuais podem ser retomados no dia 4 de maio e que atividades coletivas podem ter início no dia 18 de maio, sem apresentar uma data para a retomada de jogos. Na Alemanha, nação tida como exemplo no enfrentamento ao coronavírus, a federação local e os clubes se reunirão na quinta-feira para uma definição, com a expectativa de um reinício nas competições no dia 9 de maio, sem a presença de torcedores.

Outras ligas, no entanto, já definiram por um desfecho. Na Holanda, o campeonato nacional foi encerrado sem um campeão e não haverá jogos no país até setembro deste ano. Além disso, a volta das partidas exigem um protocolo rígido, algo que ainda não está muito claro como será feito, além das ações de distanciamento que jogadores e demais envolvidos na realização de partidas terão de tomar individualmente ou em grupo. A possibilidade de uma greve da classe não pode ser afastada, mas também parece improvável, frente a atuação quase alienada de atletas perante problemas sociais. Enquanto isso, no Brasil, mesmo com o crescimento no número de casos e de mortes e com um pico ainda por acontecer, autoridades esportivas parecem querer apressar o retorno do futebol. Nos bastidores, federações estaduais estudam voltar antes do final de maio para a realização da parte final dos campeonatos regionais, decisão que parece inviável diante da realidade dos clubes, especialmente os interioranos, que começam a dispensar atletas em fim de contrato. 

Economia local

O futebol, como setor econômico, não envolve apenas os clubes profissionais. Há uma rede grande de profissionais dependentes do esporte no nível amador, como por exemplo as canchas e quadras de futebol sintético. Proprietários de estabelecimentos do gênero da Região Metropolitana de Curitiba se uniram para tentar viabilizar uma solução para a crise, solicitando em carta ao governador Ratinho Junior a possibilidade de reabertura, seguindo alguns protocolos, como a obrigação de uso de máscaras por parte dos “peladeiros”, a realização de jogos com intervalos de pelo menos 15 minutos, para que não aconteçam aglomerações, o fechamento de vestiários, a medição de temperatura dos frequentadores, entre outras medidas.

Compartilhe nas Redes Sociais: