Entrevista com Plínio Schmidt, secretário de Indústria, Comércio, Turismo e Trabalho

O empresário Plínio Toniolo Schmidt assumiu em 2021, pela primeira vez, um cargo público. Escolhido para contribuir com o desenvolvimento econômico de Colombo na secretaria de Indústria, Comércio, Turismo e Trabalho, o dirigente tem um início de gestão à frente da pasta elogiável, marcado principalmente pelo Programa Colombo + Emprego e Renda, apresentado na última semana, e que ajudou a viabilizar a vinda de 15 empresas ao município, que devem gerar mais de 1.400 empregos. O secretário recebeu a reportagem do Jornal de Colombo, na última segunda-feira, 19, para falar sobre os trabalhos nos primeiros 100 dias do ano. 

Jornal de Colombo – Como foi o processo de formação do programa Colombo + Emprego e Renda e qual a importância deste projeto para o município?

Plínio Schmidt – Como você sabe, a pandemia é algo que está prejudicando a indústria e o comércio de um modo geral. Graças a Deus, ainda temos empresários que são corajosos e que estão dispostos a investir, mesmo enfrentando todos esses desafios. Além disso, é um sonho e um dever do Governo do Estado essa retomada econômica, e nos ajudou bastante abrindo as portas de diversos empresários. Com isso, nós conseguimos ter sucesso neste primeiro momento, trazendo quinze empresas com uma geração tranquila de mais de mil empregos. E todos empresários bem sucedidos, não são aventureiros. Falamos aí do Eduardo Muffato, por exemplo, que está construindo uma área de 18 mil m², gerando 350 empregos. Teremos uma empresa de alimentação, a Jandira, vindo de outro município, trazendo mais de 120 empregos. Na área rural, estamos trazendo um empreendimento incrível, um hotel rural, que atualmente está em fase de adequação do projeto. E há outros projetos. Teremos uma área de mais de 200 mil m², que já está em fase de aprovação de projeto, onde se pretende montar um complexo de barracões. E provavelmente um único locador vai trazer uma empresa no segmento de plástico, com tecnologia limpa, gerando mais de 400 empregos. 

JC – Qual o papel do Governo do Estado, em especial do vice-governador Darci Piana, para que o projeto tivesse um sucesso tão rapidamente? 

PS – O vice-governador  Darci Piana, além de tudo, é um amigo pessoal. Ele acredita muito em nós e sabe que o trabalho vai acontecer. Ele assumiu um compromisso com Colombo, gosta de Colombo e, acima de tudo, é um empresário. Ou seja, ele sabe da dificuldade real, ele sabe que não adianta apenas prometer, é preciso cumprir. E tenho certeza que com a ajuda dele e com o apoio que o Governo do Estado vai nos dar, vamos conseguir ter ainda mais sucesso nesse projeto.

JC – Na ocasião do aniversário de Colombo, nós conversamos sobre o trabalho da secretaria e você bateu muito na tecla da capacitação dos profissionais colombenses. Como está o andamento deste trabalho?

PS – A gente vê que as empresas que já estão instaladas no município de Colombo, que são empresas grandes, têm dificuldade em obter mão de obra qualificada. Nós fomos visitar uma empresa que fabrica cartões para bancos e instituições financeiras, que tem duas bandeiras importantes como cliente. A empresa possui 180 funcionários com uma previsão de ampliação de mais 120 funcionários. Muitas vezes ele tem que ir buscar fora, está vindo gente de outros municípios para cá. Falta que o poder público se preocupe com as pessoas que não têm condição de fazer um curso. É isso que estamos buscando com as parcerias junto ao Sebrae, ao Senai, a Fecomércio, e através desses parceiros, o nosso objetivo é capacitar os colombenses. Com a Rede Muffato, por exemplo, estaremos oferecendo que a Secretaria de Indústria e Comércio, através da Agência do Trabalhador, vai estar buscando esses trabalhadores, procurando dentro de um raio de proximidade de onde está sendo instalado esse estabelecimento, para cadastrar as pessoas. Nós nos propusemos a treinar essas pessoas. Com isso, fica mais fácil para o empresário. E para o cidadão, já sendo qualificado, também fica mais fácil obter um salário melhor do que se ele tivesse que entrar na empresa tendo que haver um investimento do empresário para prepará-lo. 

JC – O serviço público, muitas vezes, acaba sendo uma união de esforços de diferentes secretarias. Como está sendo a parceria com outras pastas? 

PS – Tudo o que a gente está colocando em nossa secretaria, depende necessariamente das outras. Como te citei o exemplo desse empresário que está construindo barracões para locação. Nós precisamos da Secretaria de Meio Ambiente para autorização, do Urbanismo para o projeto. No Departamento de Turismo, vinculado a nossa pasta, precisamos estar trabalhando junto com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, porque estamos trabalhando na valorização do agricultor, trazendo feiras para o Parque da Uva, em que esses agricultores possam ter um espaço para divulgar o produto deles. A integração das secretarias é muito importante.

JC – Em março tivemos um momento bastante complicado com o agravamento da pandemia e o fechamento do comércio. Como foi a atuação da secretaria nesta situação? 

PS – Batalhamos junto ao Governo do Estado e avançamos nos últimos dias com as liberações gradativas. Se continuar neste estágio mais tranquilo e com índice de queda, os comércios em breve estarão funcionando, inclusive, aos domingos. Estamos no dia a dia trabalhando em algumas situações específicas e importantes, como a prorrogação de prazo do pagamento de alvará e prorrogações do IPTU. Tivemos também uma reunião com a Fomento Paraná, para viabilizar uma linha de crédito diferenciada da linha que o Governo do Estado já está lançando e estamos estudando com o prefeito Helder Lazarotto para tentar encontrar uma forma de o município oferecer uma linha de crédito própria, pois outro problema enfrentado atualmente é a questão das certidões, e inclusive foi isso que levamos a Fomento. Nós vamos ter de avaliar o empresário de uma forma diferente. Aquele empresário que vinha tocando a vida dele e essa pandemia o levou a uma situação de dificuldade, se não tiver a nossa ajuda para ter as certidões dele de volta, ele com certeza não conseguirá reabrir as portas. E por isso, nós estamos junto à Prefeitura tentando ver uma maneira de contribuir financeiramente através de um empréstimo facilitado. 

JC – A atual gestão municipal tem o objetivo de melhorar a presença digital dos serviços públicos. Como você avalia esse processo na Secretaria de Indústria, Comércio, Turismo e Trabalho?

PS – Já está disponível para os MEI’s boa parte dos serviços na internet, assim como boa parte do que o trabalhador precisa. Já há a possibilidade de agendar o horário de atendimento caso precise vir presencialmente. E pretendemos no futuro ter os alvarás via site, não precisando se deslocar à Prefeitura. O próprio IPTU, com lançamento no aplicativo, já é algo que faz parte do projeto da Prefeitura. A Prefeitura de Colombo estava muito atrasada nessa questão digital, mas em breve, pode ter certeza, estaremos vendo esse bom resultado na prática.