Categories: DestaqueLocal

Entrevista com Maria Adriana P. de Souza, Procuradora Geral do Município

Com vasta experiência na área jurídica, Maria Adriana Pereira de Souza foi a escolhida para ser a Procuradora Geral do Município de Colombo neste primeiro mandato de Helder Lazarotto. Pós-graduada em Direito Eleitoral, Direito Administrativo e Direito Empresarial, Adriana já havia atuado em Colombo como Procuradora Jurídica e Subprocuradora Geral, entre os anos 2000 a 2003 e 2005 a 2008, já tendo sido também a Procuradora Geral do município de Fazenda Rio Grande. Na última quarta-feira, 30 de junho, a Procuradora recebeu a reportagem do Jornal de Colombo para uma breve conversa sobre os trabalhos nestes primeiros seis meses do ano e sobre a importante função do setor que dirige no dia a dia do Executivo municipal.

Jornal de Colombo – Como foi para você receber esse convite de estar novamente em Colombo trabalhando na Procuradoria?

Maria Adriana P. de Souza – Eu sempre tive um amor muito grande por Colombo, gosto de Colombo, eu sou uma colombense. Então ,para mim, foi uma honra muito grande estar voltando. Pessoalmente, é uma satisfação indescritível estar aqui no município assumindo a Procuradoria novamente depois de tantos anos. 

JC – A maior parte da população não tem o conhecimento do que faz a Procuradoria. Em resumo, qual o papel desta pasta?

MA – A Procuradoria analisa todos os contratos, convênios, ajustes, todos os processo administrativos de licitação, editais. Depois, quando termina a licitação, também volta para a análise do processo. Se tiver um recurso durante uma licitação, também é feito o parecer opinativo. Quem decide é o secretário, mas sempre passa pela Procuradoria para dar a opinião legal sobre a matéria arguida nos recursos. Além disso, nós fazemos todos os projetos de lei, decretos e instruções normativas, e cuidamos de todo contencioso, como as execuções fiscais do município. Todos os processos administrativos do Município circulam pela Procuradoria em algum momento. A Procuradoria tem um papel bastante fundamental pois acaba opinando em todas as secretarias, fazendo uma análise formal e técnica dos procedimentos. E os projetos de lei de autoria do Executivo, nós fazemos, encaminhamos para a Câmara, acompanhamos, assim como os decretos, que há leis que sejam ou não de autoria do Executivo, quando aprovada pela Câmara, são remetidas para o Executivo publicar. E há determinadas leis que dependem de regulamentação via decreto, que também sai pela Procuradoria. Além da própria orientação [jurídica] do prefeito em si e dos demais secretários. 

JC – Há algum serviço da Procuradoria disponível diretamente para a população?

MA – A Procuradoria é uma secretaria de meio, não é uma secretaria de fim. Portanto, ela não faz o atendimento ao público direto. Ela se destina a orientar os secretários e agentes públicos, e a fiscalizar a legalidade dos processos e procedimentos internos. 

JC – Já se passaram exatos seis meses do início do trabalho. O que é possível destacar até o momento de ações que foram realizadas a partir do trabalho da Procuradoria?

MA – De autoria do Executivo, já fizemos 36 projetos de lei nesses primeiros seis meses, das mais diversas finalidades. Vou citar algumas: aquela irregularidade da dobra de padrão dos professores, que os professores trabalhavam e recebiam pela dobra. Mas na verdade não era uma dobra, faltava uma regulamentação da lei para que pudesse haver a opção de extensão da jornada. Por conta desta ausência de legislação, o Município foi condenado a pagar horas extras ao servidor. Então, regularizamos essa situação. Também fizemos o projeto de desconto do IPTU, por conta da pandemia; tivemos a criação do Fundo Municipal do Direito de Pessoas com Deficiência; colocamos o projeto de lei proibindo a queima de fogos de artifício com estampido; a Escola de Gestão Pública, que é um projeto bem interessante e foi criado recentemente; também houve a criação do Programa de Castração; o projeto Colombo Cuida Mais, que é um projeto de lei importantíssimo que já foi aprovado e está em plena atividade; também foi criado o Conselho Municipal de Turismo; o Fundo Municipal do Turismo. E fizemos recentemente um projeto importantíssimo, que é o Recupera Colombo, que a Câmara aprovou na última semana. 

JC – Nos fale mais sobre este projeto. 

MA – O Recupera Colombo é um projeto que contempla um pacote de medidas dentro de um único projeto de lei. O Recupera é o que a gente chama de projeto de lei-mãe, e depois há diversos projetos de lei que regulamentam cada item dentro do projeto. Entre as leis que são importantes dentro do Recupera Colombo, eu posso destacar a que institui o tratamento diferenciado do pagamento de dívidas tributárias. Este projeto dá anistia de 100% de juros e multas, 100% da totalidade da penalidade aplicada no imposto. O contribuinte vai ter a oportunidade e o benefício de, querendo, aderir em até 90 dias o pagamento à vista do tributo devido. E aqui estamos falando não apenas de IPTU, mas também de ISS, ITBI, contribuição de melhoria, taxas. Todos os impostos e taxas do Município serão concedidos com anistia de juros e multas. Mas o contribuinte tem que pagar à vista e em 90 dias para pagar a partir da publicação da lei. A lei já foi aprovada pela Câmara e já retornou ao Executivo. Só não foi publicada ainda porque depende de regulamentação por decreto, então há ainda algumas instruções a se fazer internamente. Também no Recupera Colombo, tem um projeto que concede a remissão de dívidas tributárias e não-tributárias, vencidas e não pagas, constituídas até o ano de 2015. Então todas as dívidas que venceram até o ano de 2015 que não ultrapassam o valor de R$ 500 serão perdoadas. Por que isso? Porque para ajuizar uma ação de execução fiscal para a cobrança de um passivo com menos de R$ 500, o Município paga cerca de R$ 470 de custas processuais. Ou seja, eu tenho um crédito de R$ 500 e pago R$ 500 para receber esse crédito e nem sempre se recebe esse valor. Lembrando que isso vale para as dívidas anteriores a 2015. As que forem posteriores a 2015, o Município está autorizado a não ajuizar ação, mas isso não significa que estas dívidas serão perdoadas. Elas serão cobradas, mas através de outros instrumentos, como o protesto, por exemplo. Também estamos em tratativas com o Poder Judiciário, para celebrar um convênio, para que além da anistia de juros e multas, também haja um desconto no pagamento das custas processuais. 

Compartilhe nas Redes Sociais:
Redação JC

Recent Posts

AJUDA RS: SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO ABRE PARA RECEBER ARRECADAÇÕES

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento será o novo ponto de coleta para a arrecadação…

12 minutos ago

PREFEITURA ANUNCIA REINAUGURAÇÃO DO GINÁSIO DE ESPORTES NO BAIRRO SANTA TEREZA NO PRÓXIMO DOMINGO (19)

A somatória de esforços na Prefeitura de Colombo está trazendo de volta mais um importante…

29 minutos ago

‘VELHO’ RADINHO DE PILHA SALVA A COMUNICAÇÃO E VIRA ITEM DE SEGURANÇA NO RS

Os rádios de pilha se tornaram itens essenciais na comunicação com pessoas afetadas pelas enchentes…

24 horas ago

PCPR DEFLAGRA OPERAÇÃO EM COLOMBO CONTRA ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ENVOLVIDA EM JOGOS EM REDES SOCIAIS.

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) está nas ruas para cumprir seis ordens judiciais contra…

1 dia ago

PARANÁ CLUBE E MEIA MARATONA INTERNACIONAL ARRECADAM 40 TONELADAS DE ALIMENTOS PARA VÍTIMAS DAS ENCHENTES NO RIO GRANDE DO SUL

Curitiba demonstrou solidariedade frente às inundações no Rio Grande do Sul. Durante o fim de…

1 dia ago

PALESTRA SOBRE COMBATE AO ABUSO À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES MARCA AS AÇÕES DO MAIO LARANJA.

A Prefeitura de Colombo iniciou as ações, em alusão a Campanha Maio Laranja, com a…

1 dia ago