Alta da moeda reflete incertezas fiscais no Brasil e tensões internacionais

O dólar iniciou dezembro de 2024 em alta, encerrando a sessão desta segunda-feira (2) cotado a R$ 6,0685, após subir 1,13%. Durante o dia, chegou à máxima de R$ 6,0913, alcançando seu maior valor desde o início do Plano Real. O movimento reflete um cenário de preocupações fiscais no Brasil e tensões comerciais globais.

 

A escalada da moeda norte-americana está diretamente ligada ao cenário econômico brasileiro e internacional. No âmbito interno, o governo anunciou um ambicioso pacote de contenção de despesas, com cortes previstos de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026 e R$ 327 bilhões até 2030. Apesar das intenções de equilíbrio fiscal, investidores demonstram ceticismo sobre a viabilidade do projeto, que ainda depende de aprovação no Congresso Nacional.

Externamente, as tensões aumentaram após o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar impor tarifas de 100% às exportações de países do Brics, incluindo o Brasil. A exigência de desistência de iniciativas que criem moedas alternativas ao dólar reacendeu temores de uma guerra comercial, impactando mercados globais.

O mercado também está atento à divulgação de indicadores econômicos. No Brasil, o PIB do terceiro trimestre será anunciado na terça-feira (3), enquanto nos EUA, dados do mercado de trabalho e da atividade econômica poderão influenciar a política monetária do Federal Reserve, com reflexos nos mercados globais.

A instabilidade fiscal e política impactou também o mercado acionário. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou o dia em queda, refletindo o aumento da aversão ao risco por parte dos investidores.

A alta do dólar e a retração na bolsa brasileira sinalizam um fim de ano desafiador para a economia. Enquanto o Brasil tenta equilibrar suas contas, o cenário global intensifica a pressão sobre os mercados, deixando 2024 marcado pela volatilidade e incertezas econômicas.

 

Fonte: G1

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