Doenças cardiovasculares matam 1 brasileiro a cada 90 segundos

As doenças cardiovasculares são as mais comuns entre os brasileiros e também a principal causa de morte. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o percentual é maior que todos os cânceres juntos, problemas respiratórios, violência e acidentes de trânsito.

 

Isso acontece porque as patologias do coração são muitas e acometem grande parte da população brasileira. Estima-se que, pelo menos, 400 mil pessoas venham a óbito por doenças cardiovasculares ao final de cada ano, o que significa uma morte a cada um minuto e meio. Segundo um artigo publicado do Arquivos Brasileiros de Cardiologia, a pressão arterial sistólica elevada foi o principal fator de risco para a mortalidade por doenças cardiovasculares em 2019.

A chegada da pandemia agravou mais um pouco o cenário, já que devido ao isolamento, grande parte da população parou de fazer exercícios físicos e adotou uma alimentação pouco saudável. Além disso, a contaminação por Covid-19 é uma das causas para o surgimento ou piora de doenças cardiovasculares. “Pessoas que contraíram o modo mais agressivo do vírus têm maior chance de desenvolver patologias cardiovasculares após um ano. Por isso, durante as consultas, sempre perguntamos se o paciente já teve coronavírus, pois a doença por si só representa grande risco ao coração”, afirma a Dra. Salete Nacif, cardiologista do Hcor.

Em média, o Hcor realiza 250 exames mensais para detectar doenças cardiovasculares. Durante a época mais forte da pandemia, este número caiu 30%, o que representa uma forte propensão ao diagnóstico tardio. Até julho deste ano, a média era de 216, ainda inferior à antes da pandemia. Com a redução do diagnóstico, também houve queda na realização de cirurgias, passando de 155 (2019) para 110, no primeiro ano da pandemia. Atualmente, a média é de 137 cirurgias por mês.

TRATAMENTOS

Existe uma variedade muito grande deste tipo de doença, mas algumas das mais comuns são: hipertensão, doença arterial coronária, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), obstrução das artérias das pernas e das carótidas (vasos que levam o sangue ao cérebro) e arritmias, todas elas agravadas pela pandemia.

“A insuficiência cardíaca é a fase final de todas as outras doenças cardiovasculares. Para isso, o paciente deve cuidar da pressão arterial, verificar o colesterol, cessar o tabagismo, combater o sedentarismo e controlar o estresse, pois esses são os principais fatores de risco”, explica Dr. César Jardim, cardiologista do Hcor.

Existem ainda os tratamentos específicos para cada enfermidade. “Para a doença arterial coronária, por exemplo, podem ser indicados medicamentos e/ou realizada cirurgia para a colocação de Stent ou ponte de safena/ mamária. As doenças valvares podem ser tratadas também com remédios, mas muitas vezes são necessárias cirurgias ou procedimentos por cateterismo para fazer a correção das válvulas. As arritmias dependem de tratamento clínico, e, em último caso, há a possibilidade de intervenção invasiva como as ablações”, detalha Salete.

MÉDICO

Ao sentir cansaço, dor no peito, falta de ar, inchaço nas pernas e/ou palpitações é fundamental procurar um atendimento cardiológico. No entanto, a maioria das doenças cardiovasculares é silenciosa, não apresentando nenhum sinal para o indivíduo. Por isso, o mais correto é fazer acompanhamento de rotina. “Em casos onde a pessoa não possui histórico familiar, a partir dos 40 anos é recomendado fazer um check-up anualmente. Em contrapartida, caso a família do paciente já possua alguma doença cardiovascular, o ideal é fazer esse acompanhamento com o cardiologista a cada quatro ou seis meses, dependendo da gravidade”, finaliza Jardim.

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Redação JC

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