O Dia Mundial do Livro é comemorado anualmente em 23 de abril. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) com o objetivo de exaltar o livro e homenagear três escritores: Miguel de Cervantes, William Shakespeare e Inca Garcilaso de la Vega, que morreram nesse mesmo dia, embora em anos diferentes.

Alunos da Escola Municipal Cristóvão Colombo durante visita guiada na Biblioteca Pública Municipal. Foto: Colaboração/Jornal de Colombo
Contudo, em meio à revolução digital que vivemos atualmente, o Jornal de Colombo propõe uma reflexão provocada pela data, celebrada nesta quarta-feira: qual é o papel da biblioteca em um mundo cada vez mais digital?
A biblioteca é um espaço físico que armazena e organiza livros e outros documentos com o intuito de disponibilizá-los para consulta, estudo e uso público. Em Colombo, destaca-se a Biblioteca Pública Municipal Rui Barbosa, localizada no Centro da cidade, que completou 50 anos em 2023.
Neste ano, o local já contabilizou mais de 420 empréstimos de livros apenas no primeiro trimestre. Em 2024, foram aproximadamente 1,7 mil empréstimos ao longo do ano. Trata-se de um espaço que conecta pessoas de diferentes regiões do município, promovendo o acesso gratuito ao conhecimento.
Refúgio atemporal?
Diante da pergunta sobre o papel da biblioteca na era digital, o Jornal de Colombo conversou com Felipe Wosniak, bibliotecário da Biblioteca Pública Municipal. Em entrevista, após refletir sobre o avanço da tecnologia, das redes sociais e das inteligências artificiais, ele definiu a biblioteca como um espaço de resistência.

Alunos da Escola Municipal Cristóvão Colombo durante visita guiada na Biblioteca Pública Municipal. Foto: Colaboração/Jornal de Colombo
“O mundo está mudando cada vez mais rápido, e eu percebo que o conhecimento precisa de um tempo para maturar. A biblioteca foi criada na década de 70 e, desde então, passaram diversos governos, prefeitos… e ela permaneceu, né?! Eu acredito que, se ela ainda existe, é porque a população reconhece que ela tem um papel fundamental na sociedade.”
Felipe também destacou um aspecto que considera essencial na biblioteca: a união entre pessoas de diferentes realidades sociais. Para ele, isso resgata a humanidade que há em todos, lembrando que, apesar das diferenças provocadas pelo tempo e pelo espaço em que vivemos, todos se igualam dentro de uma biblioteca.
“A gente atende pessoas de diferentes classes sociais, desde moradores em situação de rua até pessoas idosas, já aposentadas. Eu acredito que ainda temos muito a contribuir.”
Colombo conta também com a Biblioteca Sucursal Maracanã, localizada no CEU das Artes e com a Biblioteca Infantil Pedagógica – Casa Encantada, que são importantes espaços voltados para o livro, leitura e literatura, mas que também cediam exposições, palestras, rodas de conversas entre outras ações.

Alunos da Escola Municipal Cristóvão Colombo durante visita guiada na Biblioteca Pública Municipal. Foto: Colaboração/Jornal de Colombo
Crianças e o futuro do conhecimento
Felipe conversou com o Jornal de Colombo durante uma das visitas guiadas promovidas pela Biblioteca Municipal a alunos da Escola Municipal Cristóvão Colombo. O projeto, iniciado neste ano, tem o objetivo de apresentar às crianças o “universo do conhecimento”.
Segundo o bibliotecário, cerca de 800 estudantes, entre meninos e meninas, devem passar pela biblioteca ao longo da iniciativa. A ação, segundo ele, reforça a importância do livro na formação educacional e cidadã das novas gerações.
“Cara, é muito legal, sabe? Porque a gente vê que elas ficam fascinadas. A biblioteca pública tem um acervo muito vasto e diverso, né?! Então, eles se encantam com o material, principalmente os livros infantis. Mas os outros também. A gente tem umas bíblias bem grandes e, quando eles veem, se agarram nelas, saem correndo pela biblioteca! O material chama muito a atenção deles. É fascinante ver esse interesse. Às vezes a gente acha que criança não quer saber, não tem curiosidade… Mas, quando é novidade, eles se interessam, folheiam, voltam, pegam outro livro, ficam circulando. Na verdade, a gente acaba criando muita esperança no futuro com eles, sabe? Esperança, que é tão importante. É aí que entra o papel da educação”, finallizou.