Minhocas, caracóis, sapos e cactos exclusivos da região são essenciais para a preservação dos ecossistemas paranaenses
Neste 22 de maio, Dia Internacional da Biodiversidade, o alerta é claro: proteger as espécies endêmicas do Paraná é preservar a vida em sua forma mais rara.
Essas espécies só existem aqui e representam um patrimônio natural insubstituível — como o sapinho dourado do Morro do Anhangava, o peixe que sobrevive enterrado em Porto União e o pequeno cacto dos Campos Gerais. Suas existências são delicadas, ameaçadas por mudanças ambientais e dependentes da conservação dos habitats onde surgiram.
Ser endêmico é carregar tanto a beleza da exclusividade quanto o risco da extinção. Se essas espécies desaparecerem do Paraná, desaparecerão do planeta. Por isso, o Instituto Água e Terra (IAT), vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), lançou um guia destacando sete espécies paranaenses que merecem atenção especial no Dia da Biodiversidade.
Confira algumas dessas raridades:
MIRINABA CURITYBANA – CARACOL
Avistada pela última vez na década de 1970, essa espécie só foi registrada em Curitiba e Campo Magro. É um alerta vermelho sobre populações severamente fragmentadas.
DRYMAEUS CURRAIS – CARACOL DA ILHA GRAPIRÁ
Apesar de viver dentro de um parque nacional, sua população única está sob risco devido à coleta indevida e à introdução de espécies exóticas.
GLOSSOSCOLEX LUTOCOLUS – MINHOCA
Fundamental para a fertilidade do solo, essa minhoca vive em brejos e pastagens alagadas. Atua como “arado natural” da terra.
BRACHYCEPHALUS PERNIX – SAPINHO-DOURADO
Exclusivo do Morro do Anhangava, em Quatro Barras, esse pequeno anfíbio vive apenas em florestas de altitude acima de 1.100 metros.
ACROLEBIAS CARVALHOI – PEIXE-ANUAL
Vive em áreas alagadas sazonais e sobrevive à seca enterrado como ovo. Conhecido apenas na região de Porto União, na divisa com Santa Catarina.
PARODIA CARAMBEIENSIS – CACTO DOS CAMPOS GERAIS
Raro e restrito, ocorre apenas em Carambeí, em campos abertos e rochosos. Desde 1952, quase não foi mais registrado.
CALAMODONTOPHIS RONALDOI – COBRA-ESPADA-DO-PARANÁ
Com apenas dois registros conhecidos, essa cobra rara habita áreas campestres acima de 800 metros, sob risco de desaparecer sem deixar rastro.