O ciclista amador Alexander de Sá, de 50 anos, morador do bairro Rio Verde, em Colombo, se prepara para um dos maiores desafios pessoais do ano: a primeira etapa do Campeonato Paranaense e Metropolitano de Mountain Bike (MTB), na modalidade cross-country olímpico (XCO), que será realizada no próximo domingo (25), em Balsa Nova, na Região Metropolitana de Curitiba. A prova contará pontos para o ranking da Federação Paranaense de Ciclismo (FPC), e embora o evento também tenha relevância nacional, Alexander compete com foco exclusivo no cenário estadual.

Praticante da disciplina de mountain bike — caracterizada por percursos em terrenos acidentados, trilhas e circuitos técnicos —, Alexander compete na categoria Master. Dentro do universo do MTB, as provas são divididas em diferentes modalidades: XCO (olímpico), com circuitos curtos e intensos; XCM (maratona), com longas distâncias; e XCC (short track), com foco na velocidade e tática.

Além de detalhar um pouco dos desafios que tem enfrentado para o paranaense, Alexander contou ao Jornal de Colombo que a paixão pelo ciclismo nasceu cedo, mas foi ao assistir uma competição de mountain bike em Campina Grande do Sul, também na região metropolitana, há cerca de 15 anos, que Alexander decidiu mergulhar de vez no esporte.

“Naquela época, havia um membro da equipe de Colombo, que virou um amigo depois. Depois eu comecei, gostei e não parei mais. Comecei na maratona (XCM), mas depois aderi ao olímpico (XCO). Até hoje faço parte da equipe que representa Colombo nos campeonatos oficiais”, relembrou.

Rotina puxada e treinos solitários

Durante a semana, Alexander trabalha em horário comercial e, mesmo com pouco tempo livre, mantém uma rotina disciplinada de treinos. À noite, pelo menos uma vezes por semana, ele realiza percursos mistos entre estrada rural e asfalto, em regiões como o bairro Itajacuru e o Centro de Colombo.

As sessões duram até duas horas e têm caráter mais técnico. Já aos fins de semana, os treinos são mais intensos, simulando provas e distâncias que podem chegar até 50 km em rodovias e trilhas da Região Metropolitana de Curitiba.

“Geralmente, faço meus treinos sozinho. Quando saio com um amigo, eu vou em um ritmo mais tranquilo. Quem compete, tem que ter foco. Para querer almejar pódios, é necessário focar em alimentação, em sono. Há a parte técnica, que não requer tanto esforço. Eu faço o ‘básico’, no que diz respeito à musculação, porque no MTB há a necessidade de carregar a bicicleta em muitas provas. Também faço corrida a pé, eu treino para isso. Nessa parte, eu costumo estar sozinho. Já sei o que fazer, então, só preciso de muita disciplina. É o necessário”, afirmou.

Além da preparação física, ele destaca a importância do equilíbrio emocional para se manter competitivo.

“O tempo disponível para poder fazer as coisas, antigamente, era maior. Isso tudo influencia. De uns tempos para cá, quando pude treinar mais que o dobro (do que treino atualmente), chegando a pedalar todos os dias, a gente tem um ganho bem maior. Inclusive, em maratonas, que nunca cheguei a ter desempenhos suficientes, consegui alcançar pódios. Muitos atletas abandonam o esporte por conta da rotina cansativa.”

Apoio institucional e amor ao esporte

Mesmo sendo um ciclista independente, Alexander integra a equipe de Colombo que recebe apoio da Prefeitura Municipal para participação em provas.

“As despesas podem ser custeadas com o apoio da Prefeitura ou, se não, com colegas que vão disputar as provas. Sempre tem ‘um ou outro’ que acaba fazendo junto. Nunca cheguei a participar de editais, sempre fui por minha conta.”

O número de atletas na equipe de Colombo diminuiu com o tempo, mas o entusiasmo de Alexander segue firme para pedalar. Agora, isso aumentou, especialmente com a ampliação do número de etapas do campeonato também mais concentradas na Região Metropolitana de Curitiba, o que facilita o deslocamento e amplia as chances de pontuar no ranking estadual.

“Antigamente, eu ficava mais ansioso. Mas hoje eu fico mais tranquilo, justamente porque há menos adversários. Até espero que venham mais concorrentes, porque já tive corridas em que participei sozinho. Preciso que venham outras pessoas para estimular a competitividade. A gente treina o melhor possível para competir em alto nível. Isso é muito bom”, disse.

Apesar da dedicação intensa ao esporte competitivo, Alexander vê o ciclismo também como uma forma de lazer, conexão com a natureza e superação pessoal.

“O ciclismo, além da questão do foco nos treinos e competições, me traz muitos momentos de lazer. Já fiz vários passeios com a bicicleta. Me lembro de um feito no Vale Europeu (SC), onde pedalei quase 80 km percorridos por dia. Esse número só pode ser alcançado por conta da minha rotina de treinos. Então, se tornou uma paixão para a vida”, finalizou.

 

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