A saída do advogado Silvio Almeida do cargo de ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, formalizada na sexta-feira (6), gerou repercussão entre diversas entidades da sociedade civil. Almeida foi afastado após denúncias de assédio sexual, e sua demissão provocou manifestações de apoio às supostas vítimas e pedidos de investigação rigorosa.

Solidariedade e pedidos de investigação

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) emitiu uma nota expressando solidariedade às vítimas de assédio moral e sexual, além de exigir que as investigações sobre o caso sejam conduzidas com “celeridade, independência e rigor”, respeitando o devido processo legal e garantindo a proteção tanto das vítimas quanto do acusado.

A Coalizão Negra por Direitos, que reúne 294 organizações do movimento negro brasileiro, também manifestou apoio às vítimas, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, uma das mulheres apontadas como alvo do suposto assédio. 

Caso Carrefour

Silvio Almeida assumiu o Ministério dos Direitos Humanos em janeiro de 2023, tendo anteriormente ocupado papel de destaque em debates sobre igualdade racial. Em 2020, ele coordenou o Comitê de Diversidade do Carrefour após o assassinato de João Alberto Freitas em uma unidade da rede de supermercados em Porto Alegre.

Denúncias e reação do governo

As acusações contra Almeida foram reveladas pelo portal de notícias Metrópoles no dia 5 de setembro. Segundo a reportagem, Almeida teria assediado várias mulheres, incluindo Anielle Franco. A organização Me Too Brasil, que oferece apoio a vítimas de violência sexual, também confirmou ter recebido relatos de mulheres que alegam ter sido assediadas por ele.

Após as denúncias, Almeida foi convocado para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. Em nota, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) afirmou que o governo “reconhece a gravidade das denúncias” e garantiu que o caso será tratado com rigor e celeridade.

Defesa de Silvio Almeida

Em resposta às acusações, Silvio Almeida divulgou uma nota à imprensa na noite de quinta-feira (5), na qual refuta “veementemente” as denúncias, classificando-as como “mentiras” e “ilações absurdas” destinadas a prejudicá-lo.

Além da apuração interna conduzida pela Comissão de Ética, a Polícia Federal (PF) também iniciou uma investigação sobre as denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro. O governo federal prometeu tratar o caso com seriedade, levando em consideração a gravidade das alegações e os direitos das mulheres envolvidas.

 

Fonte: Agência Brasil

 

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