Levantamento da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), com dados do Ministério da Saúde, revela que as doenças inflamatórias intestinais (DIIs) resultaram em 170 mil internações no SUS entre 2014 e 2024. O número saltou de 14.782 internações em 2015 para 23.825 em 2024, um aumento de 61%.
As DIIs, como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, são enfermidades crônicas que afetam o trato gastrointestinal e ainda não têm cura. Segundo a coloproctologista Ana Sarah Portilho, diretora de comunicação da SBCP, o aumento das internações se deve à maior incidência e à gravidade dos casos.
Neste mês, a SBCP realiza a campanha Maio Roxo, que busca conscientizar a população sobre os sintomas e a importância do diagnóstico precoce. O Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais é celebrado em 19 de maio.
“Nosso objetivo é alertar para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, que melhora a qualidade de vida e pode levar à remissão dos sintomas”, explica o presidente da SBCP, Sergio Alonso Araújo.
As DIIs afetam pessoas de todas as idades, mas são mais comuns em adultos jovens. Entre os principais sintomas estão: diarreia crônica (com ou sem sangue), dor abdominal, perda de peso, cansaço, urgência para evacuar e falta de apetite. Em casos graves, pode haver anemia, febre, distensão abdominal e até inflamações nas articulações, pele e olhos.
A retocolite afeta a mucosa do intestino grosso. Já a doença de Crohn pode comprometer todo o sistema digestivo, desde a boca até o ânus, atingindo todas as camadas intestinais. As causas envolvem fatores genéticos, imunológicos, ambientais e o tabagismo.
O diagnóstico é feito com base em histórico clínico e exames como colonoscopia, endoscopia, tomografia e ressonância magnética. O tratamento inclui mudanças no estilo de vida, uso de medicamentos e acompanhamento médico contínuo.
“O tratamento precoce reduz o risco de cirurgias e melhora a resposta às terapias. Temos novas opções aprovadas que ampliam as chances de controle da doença”, destaca a coloproctologista Mariane Savio.
Fonte: Agência Brasil