Em meio à crise provocada pela “farra do INSS”, o governo federal convidou a procuradora Márcia Eliza de Souza para reassumir a Diretoria de Benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Conhecida como a “xerifa” por sua atuação rigorosa, Márcia ocupou o mesmo cargo em 2019, durante o governo Bolsonaro, e é lembrada por ter enfrentado esquemas de descontos irregulares praticados por associações de aposentados.
Com 60 anos de idade e 41 anos de serviço público, Márcia Eliza é procuradora federal desde 1998. Ela possui vasta experiência no setor previdenciário, tendo atuado na defesa do INSS em ações judiciais, como procuradora-chefe da Procuradoria Federal Especializada (PFE) do instituto, presidente do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) e diretora do Departamento de Contencioso Previdenciário da Procuradoria-Geral Federal.
A PROCURADORA FOI O TERRO DAS ASSOCIAÇÕES
Sua gestão no INSS em 2019 foi mencionada em inquérito da Polícia Federal que investiga fraudes no instituto. Na ocasião, suspendeu descontos realizados pela Asbapi (Associação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos), após uma série de denúncias. A medida resultou em investigações no Ministério Público de São Paulo (MPSP) e levou à rescisão de acordos com mais três associações: Abamsp, Anapps e Centrape.
Com isso, o faturamento dessas entidades despencou. A Anapps caiu de R$ 28 milhões, em 2019, para R$ 320 no ano seguinte; a Abamsp, de R$ 52 milhões para R$ 188; a Centrape, de R$ 45 milhões para R$ 125; e a Asbapi não arrecadou nada em 2020.
A nova nomeação ocorre após a demissão de André Fidelis, ex-diretor de Benefícios no governo Lula, que assinou convênios com entidades responsáveis por descontos indevidos que somam ao menos R$ 142 milhões. As irregularidades foram reveladas por reportagens do portal Metrópoles.
Com histórico de combate à corrupção e atuação destacada no governo anterior, Márcia Eliza retorna ao cargo com a missão de restabelecer a confiança na diretoria de Benefícios e evitar novos esquemas fraudulentos no INSS.