Influenciadora depôs como testemunha, adotou postura cautelosa e usou direito ao silêncio para proteger informações financeira

 

A influenciadora digital e empresária Virginia Fonseca, 26 anos, prestou depoimento à CPI das Bets nesta terça-feira (13), no Senado Federal, e dominou as redes sociais com sua participação. Usando um moletom com a foto da filha e uma garrafa rosa nas mãos, ela respondeu a perguntas sobre seu envolvimento com casas de apostas esportivas online, reforçou que seguia a legislação e se recusou a detalhar ganhos financeiros, amparada por orientação jurídica.

Convocada como testemunha na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, que investiga a atuação de influenciadores na promoção de apostas esportivas online, Virginia Fonseca prestou depoimento no Senado Federal e rapidamente se tornou o assunto mais comentado do país nas redes sociais.

Virginia chegou à sessão acompanhada do marido, o cantor Zé Felipe (filho do cantor Leonardo), e chamou atenção ao vestir um moletom preto com a estampa da filha. Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

A empresária chegou à sessão acompanhada do marido, o cantor Zé Felipe (filho do cantor Leonardo), e chamou atenção ao vestir um moletom preto com a estampa da filha Maria Flor. O visual descontraído, aliado a um momento inusitado em que confundiu o microfone com o canudo de sua garrafa d’água rosa, viralizou no X (antigo Twitter) e gerou milhares de comentários e memes.

Durante o depoimento, iniciado às 11h24, Virginia afirmou que sempre alertou seus seguidores sobre os riscos das apostas, declarou que seus contratos não previam a “cláusula da desgraça” (que remunera influenciadores com base nas perdas dos apostadores) e disse que não utilizava sua própria conta para gravar os vídeos promocionais.

FATURAMENTO COM AS BETS

Como estratégia de defesa, Virginia optou por não revelar detalhes sobre os valores que recebeu, amparada pelo direito ao silêncio, mas garantiu que todos os seus rendimentos foram devidamente declarados à Receita Federal. Ela também aceitou entregar à CPI cópias dos contratos com as plataformas Blaze e Esportes da Sorte, sob sigilo, por conta de cláusulas de confidencialidade.

A influenciadora confirmou que ainda mantém vínculo contratual com a Blaze, mas que não possui mais contrato com a Esportes da Sorte. Ao ser questionada sobre o impacto de sua influência em públicos vulneráveis, Virginia admitiu nunca ter feito ações de educação financeira, mas reconheceu que “seria uma boa ideia”.

A repercussão nas redes sociais foi imediata. Tópicos como “Virginia na CPI”, “moletom da filha” e “garrafa rosa” dominaram os trending topics. A audiência dividiu opiniões: enquanto alguns internautas ironizavam sua postura e falas, outros defenderam a forma como ela conduziu o depoimento com serenidade e assessoria jurídica.

FORTUNA DA INFLUENCER

Nascida nos Estados Unidos, mas criada em Governador Valadares, Fonseca é uma das influenciadoras mais bem-sucedidas financeiramente no Brasil. Casada com o cantor Zé Felipe, a mãe de três filhos conquistou sua fortuna principalmente pela influência digital, contratos milionários e o sucesso (e polêmicas) da marca WePink. Segundo o portal Metrópoles, a fortuna de Virginia Fonseca é estimada em R$ 400 milhões.

A CPI das Bets segue com seus trabalhos e ouvirá outros influenciadores envolvidos na divulgação de casas de apostas. O próximo a prestar depoimento é Rico Melquiades, convocado para esta quarta-feira (14). Outras figuras, como Deolane Bezerra, também foram chamadas, mas obtiveram liminares para não comparecer.

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