Nesta sexta-feira, 5 de fevereiro, Colombo completa 131 anos de fundação. Oficialmente, a história do município com este nome, em homenagem ao navegador Cristóvão Colombo, começa em 1890. Mas a formação do município se dá em um momento ainda anterior. Em 1879, aproximadamente, as primeiras famílias italianas chegaram a pedaços de terra onde hoje se localiza o bairro Butiatumirim, formando a Colônia Alfredo Chaves. Nos anos seguintes, novas colônias foram se formando, como a Colônia Antônio Prado e a Colônia Faria, até que em janeiro de 1890 surge o nome Colombo, em substituição ao nome da primeira colônia. Um mês depois, então, se oficializa a municipalização.
As primeiras décadas da história colombense são marcadas pela colonização italiana – e também polonesa, além da criação de uma identidade religiosa, com a construção de belas igrejas nos então principais pontos da cidade. “Os imigrantes vieram com essa marca identitária em torno da religião, porque era o que os unia. O Brasil via isso com bons olhos, porque ainda no Império, o país tinha essa ligação com a Igreja Católica. Eles eram católicos e tinham isso como cultura: a forma como eles viviam era em torno da igreja, da liturgia, do calendário cristão. Foi assim que eles conseguiram se reorganizar. Os encontros se davam para a oração do terço, das novenas. Além disso, várias coisas surgiram a partir dessa relação, como a Santa Casa de Misericórdia, a Festa da Uva, várias coisas marcantes que a gente tem na cidade até hoje. Até a década de 60, o papel da igreja foi muito forte na criação da identidade cultural de Colombo”, explica o historiador Fábio Luiz Machioski, que destaca que os italianos que colonizaram a cidade são de origem vêneta (região nordeste da Itália) e que falavam um dialeto chamado de Talian, até hoje existente em Colombo. “Ainda estamos lutando para salvar o dialeto Talian que é falado aqui”, ressalta Machioski, que é servidor no Museu Cristóforo Colombo, localizado no Parque da Uva, na Sede.
Porém, a Colombo que conhecemos hoje começa a se formar já na segunda metade do século XX, em especial a partir dos anos 70, quando a agricultura familiar começa a perder força no interior do Estado do Paraná, gerando uma forte onda de desemprego e um consequente êxodo rural de trabalhadores aos grandes centros urbanos. “Antes mesmo, nas décadas de 40 e 50, a gente teve uma vinda de habitantes do Vale da Ribeira e de alguns catarinenses. Depois, muito por conta da crise do café, da ‘geada negra’, o pessoal do interior também veio. Nos anos 90 já vem um pessoal de São Paulo, do Nordeste, e tem esse boom populacional. Colombo chegou a ter um crescimento de mais de 200% entre décadas”, conta Machioski.
Em Colombo, a explosão populacional fez com que a cidade se tornasse a terceira maior da Região Metropolitana de Curitiba (atrás apenas da Capital e de São José dos Pinhais), a oitava maior de todo o Paraná e uma das 120 mais populosas cidades do país. A alta densidade demográfica foi um fenômeno que se viu, em especial, nas regiões próximas às divisas com Curitiba, Pinhais e Almirante Tamandaré, formando os bairros do Alto Maracanã, Atuba, Osasco e Guaraituba. O município passou a ser considerado uma cidade-dormitório, em que milhares de pessoas se estabeleceram como moradores, mas que mantinham seus trabalhos na Capital. Atualmente, Colombo possui cerca de 246 mil habitantes e esta ainda é uma realidade para uma parcela considerável da população colombense.
Apesar disso, Colombo foi construindo uma identidade própria, constituída por uma série de nuances: por suas belezas naturais nos rincões mais distantes de seu amplo território; pelos produtores rurais que somam uma grande parte da economia e da cultura local; pelos centros comerciais ferventes, como o Alto Maracanã, o Guaraituba e o São Gabriel; pelo esporte que se destacou em diversas modalidades nas últimas décadas, como no futebol, na natação e no atletismo; e pela cultura, ainda intimamente ligada às tradições dos imigrantes italianos e da religiosidade.