No dia 5 de fevereiro, Colombo completa 135 anos de emancipação. Para falar sobre essa história, conversamos com o professor e historiador Fábio Luiz Machioski, que explicou as origens da cidade, a influência dos imigrantes italianos e a tradição da Festa da Uva.

Como ocorreu a chegada dos imigrantes italianos a Colombo?

Fábio Machioski: A chegada dos italianos está ligada à expulsão da região do Vêneto, na Itália, devido a dificuldades econômicas após a unificação italiana. O atrativo era a possibilidade de obter terras no Brasil. O governo do Paraná tentou fixá-los em Morretes, mas sem sucesso, levando à criação da Colônia Alfredo Chaves em 1878, origem da Vila de Colombo.

Como os imigrantes adquiriram essas terras?

Inicialmente, o governo provincial do Paraná tentou fixá-los em Morretes, na Colônia Nova Itália, mas eles não se adaptaram. Diante disso, novas colônias foram criadas ao redor de Curitiba, incluindo a Colônia Alfredo Chaves, fundada em setembro de 1878. Essa colônia deu origem à Vila de Colombo, que se desenvolveu com comércios, armazéns, escolas e igrejas.

Os lotes de terra não eram doados; os imigrantes tinham que pagá-los em parcelas anuais. Levava-se de 10 a 20 anos para quitar um lote, mas esse era o sonho dos imigrantes: ter terra própria para sustentar suas famílias.

Quais influências culturais os imigrantes trouxeram para Colombo?

A cultura italiana é visível na gastronomia, com destaque para o risoto, e na manutenção da agricultura familiar. O idioma também carrega influências do vêneto, e a cidade recebeu o título de Capital Paranaense do Italiano.

Como surgiu a Festa da Uva de Colombo?

Criada em 1959 pela Igreja Católica, a festa era um agradecimento pela colheita da uva, essencial para a economia local. Organizada pelo pároco Geraldo Pellanda, o evento ganhou destaque e passou a ser promovido pela prefeitura, perdendo parte de seu caráter comunitário.

O que pode ser feito para preservar a história da cidade na Festa da Uva?

Para resgatar a tradição, é essencial envolver as famílias italianas, grupos folclóricos e associações culturais. Jogos típicos como Boccia e Escopa, missas em italiano e desfiles alegóricos também devem ser incentivados para manter viva a identidade histórica da cidade.

 

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