Diego Augusto, que vive nas ruas do Rio de Janeiro há cinco anos, relata as dificuldades enfrentadas nos abrigos municipais e estaduais. Ele critica a falta de infraestrutura adequada, infestação de percevejos e a ausência de suporte à saúde mental. Para ele, as promessas das autoridades durante as campanhas eleitorais são vazias: “Chega a época de eleições, os candidatos aparecem, mas isso é hipocrisia”, desabafa.

Com as eleições municipais de 2024, a população brasileira tem a oportunidade de pressionar candidatos para incluir a questão dos moradores de rua em seus planos de governo. O problema afeta diretamente as prefeituras, responsáveis por assistência social e acolhimento.

Ana Paula Mauriel, assistente social da UFF, reforça que as pessoas em situação de rua têm representação política e fóruns de defesa de seus direitos, mas não podem lutar sozinhas. “Precisamos dar voz e visibilidade às necessidades dessa população”, afirma.

Em 2023, o governo federal lançou o “Plano Ruas Visíveis”, com um investimento inicial de R$ 982 milhões. Porém, apenas Rio de Janeiro e Belo Horizonte aderiram até agora. A última pesquisa nacional sobre a população de rua, de 2008, contabilizou quase 32 mil pessoas em 71 cidades. Relatórios recentes apontam um aumento significativo, com cerca de 236 mil pessoas vivendo nas ruas, concentradas nas maiores cidades.

Diego acredita que a mudança só virá com a mobilização da sociedade civil, não dos governos. “A sociedade civil, quando se organiza para lutar pelos seus direitos violados, é quem vai trazer a transformação”, conclui.

 

Fonte: Agência Brasil

 

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