Um estudo da revista Cancer Medicin revelou que cada 12 meses de amamentação reduz o risco de câncer de mama em 4,3%. “Isso é cumulativo: a cada nascimento, o risco reduz 7%”, disse Maíra Domingues, coordenadora do Banco de Leite Humano da Fiocruz.

O Banco de Leite Humano recomenda aleitamento materno exclusivo até seis meses e continuado até dois anos ou mais, conforme a OMS. “Esses dois anos ou mais garantem proteção contra o câncer de mama e beneficiam a mulher além da alimentação”, disse Maíra.

Amamentar reduz o risco de câncer de mama, ovário, diabetes e doenças cardiovasculares nas mães. Para as crianças, oferece proteção contra doenças diarreicas e respiratórias, melhora o desenvolvimento orofacial e da linguagem, e reduz o risco de obesidade e diabetes.

O mastologista Afonso Nazário destacou que o efeito protetor é mais significativo em mulheres abaixo dos 25 anos, pois o epitélio mamário é mais suscetível ao câncer nessa fase. “Acima dos 35 anos, o efeito da amamentação desaparece”, afirmou. Tornar-se mãe antes dos 25 anos reduz o risco de câncer de mama na pós-menopausa em 35% comparado às mulheres sem filhos.

Mesmo em tumores triplo-negativos, a amamentação pode reduzir o risco de câncer de mama em cerca de 20%. Em mulheres com mutações BRCA1, a redução varia de 22% a 50%.

Estudo das universidades de São Paulo (Unifesp) e do Amazonas (Ufam) revelou que não há mortalidade por câncer de mama em populações indígenas, onde a amamentação dura cinco ou seis anos. “É um efeito protetor absurdo”, opinou Nazário.

Guilherme Novita, da Febrasgo, explicou que a amamentação previne o câncer de mama ao manter o ovário em dormência, reduzindo hormônios que alteram as células mamárias. Também se acredita que amamentar jovem torna essas células mais estáveis e menos suscetíveis a câncer.

Especialistas concordam que a amamentação reduz o risco de câncer de mama e é essencial para o desenvolvimento infantil e a redução da mortalidade, especialmente no Brasil, concluiu Novita.

Fonte: Agência Brasil

 

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