O Copom do Banco Central expressou preocupação com as expectativas de inflação persistentemente altas. Diante de um cenário macroeconômico desafiador, optou por não reduzir a taxa Selic, adotando uma postura cautelosa na política monetária.
A incerteza global e a robustez da atividade econômica interna, indicando a necessidade de cautela na definição de futuros ajustes na taxa de juros.
Na semana passada, o Copom reduziu a Selic pela sétima vez consecutiva, mas em um ritmo mais lento, diminuindo-a em 0,25 ponto percentual, fixando-a em 10,5% ao ano.
A persistência das expectativas de inflação acima da meta é uma das principais razões para a cautela do Copom, gerando incerteza entre os agentes econômicos. A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para este ano é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
As projeções para a inflação divulgadas no último Relatório de Inflação do BC indicam uma desaceleração mais lenta em 2024. O BC manteve a estimativa de que o IPCA encerrará 2024 em 3,5% no cenário base, sujeito a revisões na próxima edição do relatório, em junho.
Entre os fatores que contribuíram para a desancoragem das expectativas de inflação estão a piora do cenário externo, os anúncios recentes de política fiscal e a percepção dos agentes econômicos sobre o compromisso de longo prazo do Banco Central com a meta de inflação.
A decisão do Copom também reflete uma conjuntura internacional desafiadora, com maior volatilidade nos mercados financeiros globais, desaceleração da economia dos Estados Unidos e persistência da inflação em vários países, o que gera incertezas sobre a trajetória da economia mundial.
Apesar dos desafios, o Copom reconhece o crescimento mais dinâmico do mercado de trabalho e da atividade econômica brasileira no primeiro trimestre de 2024, especialmente impulsionado pelo setor de serviços. No entanto, esse crescimento sugere uma resposta mais moderada da economia à política monetária, o que pode resultar em um processo de desinflação mais gradual.
O Copom busca equilibrar a atividade econômica e promover o pleno emprego, mantendo sua meta principal de estabilidade de preços. Embora a redução da Selic estimule a atividade econômica e o consumo, é necessário monitorar de perto para evitar pressões inflacionárias.
Por outro lado, o Copom alerta para os riscos do enfraquecimento das reformas estruturais e da disciplina fiscal, que podem impactar a eficácia da política monetária.
Na reunião do Copom, houve divergências sobre o nível de corte de juros, sendo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, quem desempatou ao votar por um corte de 0,25 ponto percentual.
Fonte: Agência Brasil