Manifestantes se reuniram em diversas cidades para pedir a redução da Selic; em São Paulo, ato ocorreu em frente ao Banco Central.
Centrais sindicais realizaram, nesta terça-feira (18), um protesto nacional contra a alta da taxa básica de juros (Selic). Em São Paulo, a manifestação aconteceu na Avenida Paulista, em frente à sede do Banco Central, e reuniu centenas de pessoas. O ato faz parte do movimento “Dia Nacional de Mobilização Menos Juros, Mais Empregos”, organizado por diversas entidades sindicais, que reivindicam a redução dos juros para incentivar a economia, o consumo e a geração de empregos.
SINDICATOS PRESSIONAM POR JUROS MAIS BAIXOS
A mobilização acontece no momento em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para definir a nova taxa Selic, atualmente em 13,25%. A expectativa é de que o índice possa subir para 14,25%, o maior patamar desde 2016.
De acordo com João Carlos Gonçalves, o Juruna, representante da Força Sindical, a taxa elevada prejudica a economia nacional. “Na nossa opinião, a taxa de juros alta acaba prejudicando o investimento na indústria e o consumo, porque os preços sobem, e isso impacta diretamente a geração de empregos”, afirmou.
O protesto contou com a participação de diversas centrais sindicais, como Força Sindical, CUT, CSB, CTB, UGT, Intersindical e Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST). Além dos trabalhadores, representantes do movimento estudantil também aderiram ao ato, reforçando a necessidade de investimentos na educação.
CRÍTICAS AO BANCO CENTRAL E AO MERCADO FINANCEIRO
Para Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a atual política monetária favorece os grandes investidores e prejudica o desenvolvimento do país. “O Banco Central age como mordomo da Faria Lima. O Brasil pratica a maior taxa de juros do planeta. Isso é um absurdo! Precisamos de políticas que estimulem a produção, o consumo e o crescimento econômico”, criticou.
O movimento estudantil também esteve presente no ato. Valentina Macedo, presidente da União Municipal dos Estudantes (Umes), destacou o impacto das altas taxas de juros na educação. “No ano passado, o valor investido na educação foi sete vezes menor do que o destinado aos bancos. Os estudantes estão cansados de ver a educação sucateada, enquanto bilhões são repassados ao sistema financeiro”, afirmou.
BANCO CENTRAL NÃO SE PRONUNCIOU
A manifestação aconteceu em meio à expectativa pela decisão do Copom, que será divulgada nesta quarta-feira (19). Até o momento, o Banco Central não se manifestou sobre os protestos organizados pelas centrais sindicais.
Fonte: Agência Brasil